O que estou lendo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

AVALIAÇÃO: O QUE SE TEM QUE APRENDER COM ELA – CORRENDO COMO FORREST





             Dia lindo em Curitiba, propício para auxiliar aquelas ideias adormecidas pelo frio e pelo desânimo vencerem a barreira e apontarem para o céu.
            Ficou curioso com o tema? Pois é, o mundo da ficção me encanta. Ao ver um filme, eu penso “como o autor conseguiu pensar nessa cena” ou “como o diretor pensou no ângulo perfeito da câmera”, para mim, filme não é apenas um filme, considero como um início de novos pensamentos.
-        Mas e o Forrest? Você pode estar se perguntando... então eu respondo nesse diálogo interno: - Espere o trailer...
            Para mim, esse ano já está quase encerrado. Olhando para a lista de objetivos e metas, muitos foram conquistados, outros caíram no meio do caminho, pois percebi que em uma bifurcação da estrada, eu teria que deixá-los para seguir outras direções, outros que eram principais tornaram-se coadjuvantes, nem por isso são menos importantes, certo? Eu tinha duas grandes avaliações nesse ano, que eu estava me preparando para tal: banca de intérprete de Libras (PROLIBRAS) e a banca de qualificação do Mestrado. Antes da vida profissional e acadêmica, para mim, essas duas avaliações tinham uma conotação pessoal muito grande, faziam parte da minha caminhada.
            Não é fácil saber que você está sendo avaliado. É um conflito muito grande em todos os momentos, que geram diversas reações, algumas bem desagradáveis, outras em que as pessoas do seu convívio são as mais atingidas, outras em que você mesmo se põe de castigo em um canto escuro da sala. Uma questão é certa: Você não consegue ficar indiferente.
            Fui avaliada durante o ano inteiro. Não apenas pelos meus avaliadores de provas formais, mas por mim, pelos alunos, pelos familiares, estamos em constante avaliação. Porém, também fui avaliadora, tanto de provas formais quanto de informais.
            Tive a oportunidade de ser avaliadora de uma banca para intérpretes de Libras do Paraná, assim como pré- banca de projetos de TCC e a banca de defesa de duas faculdades. Essas experiências foram realmente marcantes para mim (agora começa o filme Forrest Gump: o contador de histórias). O primeiro pensamento que eu tive ao ver os candidatos da banca de intérpretes, foi que há um tempo atrás, era que eu já estive ali. Foi na mesma época quando fiz a prova do PROLIBRAS (Exame de proficiência em Lingua Brasileira de Sinais realizado pelo MEC), então já deve imaginar quantos pensamentos passaram pela minha mente, com duas atuações tão diferentes em um espaço de tempo tão curto. Gostaria de ter mais tempo para elaborar essas questões na época, mas a vida não espera que você faça suas conclusões entre um filme e outro. Foram vários candidatos, vários olhares e inúmeras reações. Entre agradecimentos e saídas bruscas enfurecidas pelo resultado não esperado, sobrevivi e elaborei. Enquanto avaliadora, pude  identificar nos candidatos sentimentos que eu já conhecia, mas até então estavam cobertos por uma névoa que apenas um dia de sol poderia dissipar: a insegurança de estar em frente a pessoas que tem conhecimento sobre essa área; as interpretações errôneas sobre olhares e expressões corporais; a euforia que não lhe deixa elaborar seu pensamento; a tremedeira que denuncia o que se passa dentro de você; a mão suada e a falta de ar em um oceano de oxigênio; o sentimento de estar sozinho no meio da multidão; as frases que elabora na tentativa de combater e proteger-se das críticas como “ele não sabe o que está dizendo” ou ainda “ele não sabe o que eu passei para chegar até aqui”; o problema de comunicação que aparece durante a avaliação, pois seus ouvidos funcionam, mas a mente está muito ocupada para decifrar e interpretar as perguntas da banca e depois da avaliação aquele sentimento de arrependimento por aquelas palavras que deveriam ser ditas mas não conseguiram sair ou ainda depois que sai da sala de avaliação a compreensão das perguntas realizadas. Ser avaliado, não é fácil.
            Porém, consegui perceber que, ser avaliado é um processo da vida. Nos avaliamos, avaliamos aos outros, estão sempre pedindo nossa avaliação. Por isso, é até ilusório você pensar que não vai ficar nervoso.... você sempre fica! É a situação que te coloca assim, mas o mais importante que eu tirei dessa experiência de banca de qualificação, é o processo que vem depois. Você precisa filtrar as informações, decodificar você mesmo, é um processo de auto-conhecimento. Como eu digo para minhas queridas orientandas: Tremendo por dentro mas calmas por fora. Por isso, preste mais atenção nas avaliações que a vida lhe coloca, o mais importante de passar ou não passar, é o quanto você aprendeu sobre você mesmo, é sobre se reinventar, como melhorar, como fazer melhor, como ser melhor. A vida é como uma caixa de chocolates.... vc nunca sabe o que vai encontrar nela.

Às  minhas orientandas Giselli, Elisa, Cíntia e Ivonete, parabéns!
As minhas avaliadoras Ana Cristina Guarinello, Rossana Finau, Ana Paula Berberian: Obrigada!
E a todos vocês, um grande abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário