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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Leitura do livro “ A ditadura da beleza e a revolução das Mulheres “ Augusto Cury e algumas ideias



Olá!
Bom, hj lendo um dos meus primeiros e-books. Achei que não iria me acostumar a ler verticalmente, mas a mudança de suporte me fez perceber que precisamos mudar de conceitos de vez em quando. Claro que sinto falta da página, do grifo, de dobrar a orelha do livro, essas impressões o fazem ser meu, mas está sendo uma experiência diferente.
Gosto muito do Augusto Cury, sim conheço todas as críticas sobre ele: auto –ajuda demais, oportunista, filósofo demais... mas enfim, não ligo para isso, pois para mim, sempre que leio uma obra dele, me faz voltar a pensar em ideias que estavam há um tempo adormecidas.
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Esse livro em especial trata do que a mídia tem feito com o inconsciente das mulheres. Em busca do padrão inatingível de beleza enquanto as que estão de vitrine desse padrão estão doentes e anoréxicas. Já percebeu quantas mulheres são tristes ou sentem vergonha de ir à praia por se sentirem fora do padrão. Quando se olham no espelho, percebem mais defeitos que qualidades, o espelho torna-se o reflexo de um inconsciente que está povoado de uma série de imagens ditas padrões e perfeitas.
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Quanto mais infelizes, mais em busca de consumismo, aí gera o ciclo vicioso...

Gosto do filme “De repente 30”,
é bem de sessão da tarde, mas conta a história de uma menina de 13 anos os anos 80 que deseja ter 30 anos, e magicamente ela acorda com trinta nos anos 2000 e trabalha numa revista de moda. A história toda se passa e ela vive com a mentalidade de beleza dos anos 80 em plena ditadura da moda nos anos 2000. No final do filme (não vou contar o que acontece!!hehe), ela critica a revista em que trabalha como editora chefe, pois as mulheres que são fotografadas, ela não conhece e nunca viu no cotidiano alguém com aquele padrão, alguém está retratando o que não é a realidade.

Pelo menos uma vez na vida, alguma mulher já se comparou com atrizes globais e modelos internacionais, como se todas fossem iguais, mas Deus nos fez diferentes... um paradoxo não? Podemos seguir carreira, perseguir sonhos,  cuidar de nossa família, tocar a nossa vida, mas a emoção continua presa à que um grupo de pessoas pensa...

Deixo um pensamento do Augusto para vc refletir tanto quanto eu...
“Para fazer essa revolução internacional saturada de aventuras, lágrimas e alegrias, elas  se inspiram no homem que mais defendeu as mulheres em todos os tempos: Jesus Cristo. Descobrem que o Mestre dos Mestres correu dramáticos riscos por elas. Ficam fascinadas ao saber que ele teve a coragem de fazer das prostitutas seres humanos da mais alta dignidade, e das desprezadas, princesas.” (CURY, p. 8,2005).

Quando a luz é intensa, antes de iluminar o caminho ela ofusca os olhos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MOSTRA CULTURAL DE ARTE SURDA

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Monólogo das mãos... homenagem às minhas e às suas!


MONÓLOGO DAS MÃOS - Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira).



Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......



As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,

salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;

Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena;

foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;

com as mãos David agitou a funda que matou Golias;

as mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena;

Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;

os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!

Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.

A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda;

o operário construir e o burguês destruir;

o bom amparar e o justo punir;

o amante acariciar e o ladrão roubar;

o honesto trabalhar e o viciado jogar.

Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!

Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!

As mãos fazem os salva-vidas e os canhões;

os remédios e os venenos;

os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.

Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.

Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes;

no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.

O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;

a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.

Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.

A mão aberta,acariciando, mostra a bondade;

fechada e levantada mostra a força e o poder;

empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes;

da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.

Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;

doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.

O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.

O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;

Jesus abençoava com as mãos;

as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.

Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.

Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.

E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.

Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.

E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.