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domingo, 30 de janeiro de 2011

Histórias para seguir em Frente - Com a alma no travesseiro

Com a alma no travesseiro
Por Priscila Vidal Festa

Começo de ano, sempre temos planos novos, conferimos as metas que foram cumpridas no ano passado, lamentamos outras que ainda faltam e analisamos o motivo da lista ter ficado incompleta. Geralmente os novos planos iniciam com “Nesse ano eu vou” e então uma infinidade de novas propotas surgem em nossa mente. Portanto, vou compartilhar uma meta pessoal para esse ano: não deixar a Rainha de Copas aparecer.
Rainha de Copas? Como assim? Não entendeu?
É por esse caminho que vamos começar a história de hoje.
Em determinados momentos do ano passado, eu deixei a Rainha de Copas aparecer. Geralmente ela toma o nosso posto quando estamos irritados, desanimados, exaustos, sem paciência, desestimulados. A alma e o corpo ficam tão cansados ao ponto de desistirmos de manter a calma e a paciência, então surge a Rainha de Copas esbravejando: Cortem as cabeças!! Assim como na história de Alice no país das Maravilhas, pobre da pessoa que estiver por perto.
Acontece naquele dia em que tudo lhe irrita, em que sua boca despeja palavras descontroladamente, que em um dia normal você não diria. Quando sua cabeça dói e sente que não consegue dar mais nenhum passo, seu corpo está dolorido, seus ombros enrijecidos e o pensamento do dia é “por que eu fui sair de casa”. Esse é o contexto da Rainha de Copas na minha vida. Quando foi que você se sentiu assim?
Estou compartilhando isso, pois creio que todo mundo já passou por essa tempestade de sentimento e descontrole alguma vez. Depois da explosão, vem o sentimento de frustração, de culpa, aquele choro amargo e lembrar das pessoas que magoou nesse período de tempo. Não é nada luxuoso conviver com essa Rainha.
Então, as palavras de Davi parecem traduzir esse momento em Salmo 55:6 “ Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso”, traduzindo, qualquer lugar seria melhor do que onde estou nesse momento.
Nossa primeira atitude carnal, é de culpar Deus, perguntamos em meio a uma oração desesperada por que as coisas estão acontecendo dessa maneira, por que Ele permitiu que isso acontecesse. Sentimos que estamos com a razão e alguém nos abandonou, o dia não poderia terminar pior. Que passagem de sua vida você lembrou-se agora?
Mas, em um dia “de realeza” desses, eu pedi encarecidamente que Deus mostrasse que eu estava errada, que Ele estava comigo naquele momento tão triste, que não tinha me esquecido.
Então, meus dedos me levaram para Isaías 49:15,16 “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filhos do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei”. Naquele instante peguei uma caneta azul e escrevi o meu nome na palma da minha mão. Tente fazer isso um dia, a todo momento você fica olhando para ela, pois percebe que há algo escrito.
Eu estava errada, graças a Deus.
Em Gálatas 5:22 aprendemos sobre o fruto do Espírito. Então, algo me chamou atenção: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio refletem as atitudes que não temos quando estamos em situação de estresse intenso. Principalmente domínio próprio. Realmente, se sua alma está cansada, algo está muito errado.
Uma das incríveis histórias da Bíblia, é sobre Jesus em meio a tempestade. Esse trecho nos ensina como ter descanso para alma nos dias maus. Marcos 4:35-41, relata que Jesus e seus discípulos entraram no barco a pedido do próprio Jesus, para “passar para outra margem”. De repente, levantou uma grande tempestade “ e as ondas arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água”. Os discípulos estavam aterrorizados. Vale lembrar que muitos deles eram pescadores, verdadeiros “lobos do mar”, estavam acostumados com as intempéries do tempo e da água, mas eles estavam com medo, que tempestade seria essa!
Em Mateus 8:24 encontramos que “o barco era varrido pelas ondas”, provavelmente, eles cambaleavam de um lado para o outro dentro do barco, batendo uns nos outros, com gritos de pavor. É exatamente assim que nos sentimos em dias maus, estamos molhados, sem esperança, irritados, não temos controle da situação e somos arremessados de um lado para outro pelas nossas emoções, há uma tempestade dentro de nós.
Porém, Jesus estava no barco! Os discípulos recorreram a ele: Mestre, não te importa que pereçamos? Salva-nos!(v.38), é exatamente assim que nos sentimos, não é? Temos certeza da salvação, vamos a igreja, participamos de uma célula, oramos agradecendo pelo alimento, temos de 2 a 3 Bíblias em nossas casas, ou seja, Jesus está no nosso barco, mas a tempestade também! Então, vem o pensamento recorrente, assim como os discípulos: Senhor, esqueceu-se de mim?
O mais incrível, é onde Jesus está. “ E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro” (Mc 4:38). A Bíblia diz : Sobre o travesseiro! Jesus estava dormindo tranquilamente. Isso deve ter indignado os discípulos, pois em meio aos gritos e ao desespero, Jesus tirava uma tranquila soneca, ao ponto de terem o acordado com a pergunta: Não te importa que pereçamos?
Jesus estava com eles todos os momentos, foram escolhidos a dedo por Ele, almoçavam juntos, oravam juntos, eles acompanhavam as palavras de Jesus, presenciavam milagres todo momento, e mesmo assim, estavam julgando Jesus com a sentença de não se importar com a vida deles. Olhando de fora, isso parece muito injusto, mas é isso que fazemos. Acusamos a Deus no calor das emoções, somos passionais e incrédulos, nós, que nos consideramos filhos de Deus. Todos os milagres que Ele fez em nossa vida, a salvação que nos deu, o sacríficio de Jesus, em um minuto parece não importar ao falarmos:Senhor, não se importa comigo?
Jesus acorda, olha para os olhos apavorados dos discípulos e diz:” Por que sois tímidos, homens de pequena fé?” (Mt 8.26). Com uma frase, “ Acalma-te,emudece” (Mc 4:39) a tempestade se desfaz, o sol aparece, a bonança chega. “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”(Mc 4:41) perguntam os discípulos entre si. Eles convivem com Jesus, mas desconhecem o seu poder.
Seu nome está nas palmas das Mãos Dele, Ele se importa com você.
Não seria maravilhoso estar com a alma descansada em meio a uma tempestade? Seus olhos veem o tumulto, seu corpo presencia as emoções do momento, seu ouvido escuta os problemas que estão acontecendo em sua volta, a tempestade está caindo, mas sua alma está tranquila “dormindo sobre o travesseiro”. Jesus nos diz que isso é possível: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; a achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29,30). É um convite irresistível, eu quero aprender com Jesus. “Muitos são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (Sl 34:19); “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do seu coração” (Sl 37:4).
A Rainha de Copas não aparece do nada. Ela se alimenta de várias situações até chegar à explosão.
Aqui deixo um convite: Que tal trocar a dieta da sua alma? Em vez de alimentar sua alma com dificuldades a cada dia, tornando-a cansada e amargurada, por que não alimentá-la com o amor de Deus revelado em sua Palavra? Por isso a importância de ter um tempo com Deus diariamente e ler a Bíblia todos os dias. Esse momento não deve ser encarado como um ritual religioso, mas como um momento de colocar sua alma no travesseiro.
Seu nome está gravado nas mãos de Deus, Ele se importa com você.

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domingo, 16 de janeiro de 2011

Pensando sobre fé

Por Priscila Soares Vidal Festa




Pensando sobre fé



Hoje um amiga me ligou pela manhã, que coisa boa é receber ligações de amigos, apesar que muitos deles não conseguem falar comigo naquele instante, pois geralmente estou indo de um lugar para o outro, se você já passou por essa situação, agradeço sua compreensão!


E o que conversamos? Ah, você deve estar curioso, se não estiver, vou contar assim mesmo, pois é assim que começo nossa história para seguir em frente de hoje.


Falamos sobre fé, compartilhamos algumas situações que estavam deixando seu coração ansioso, então conversamos sobre a fé em Deus.


Sou convertida há 13 anos, portanto, há muito tempo esse tem sido um assunto familiar para mim, da Escola bíblica dominical até cultos de domingo. Sabemos que sem fé é impossível agradar a Deus, as implicações da fé, que a fé remove montanhas e lembramos de inúmeras passagens presentes em nossa memória cristã. Quando conversamos com alguém sobre fé, argumentos não nos faltam. Nesse momento, aparecem em nossa mente a palavra do pastor, uma palestra de retiro, uma música especial e tocante, um conselho de alguém... mas eu me pergunto: Qual dessas palavras vem diretamente de Deus para mim? O que eu aprendi com quem mais se importa com a minha fé? O que eu tenho na minha vida para compartilhar sobre fé?


É sobre isso que quero pensar hoje. Algumas passagens na Bíblia vão nos ajudar a compreender melhor o que Deus para nós. Pronto? Então, vamos lá!


Uma imagem que me vem a mente, quando eu falo em fé, é Jesus com a multidão. Em figuras sobre esse assunto, aparecem um grupo de pessoas, com no máximo 20, não é mesmo? É esse desenho que as crianças costumam colorir nas aulas bíblicas.


Um dia vivi uma experiência com “multidão”. Era um culto de sábado a noite na minha igreja, e estava tudo lotado. Mas eu estava na galeria e dava para ter uma noção geral do espaço. O pastor estava pregando e havia um clima muito especial naquele momento, senti o desejo de orar pelo momento do apelo, então o pastor convidou à frente quem gostaria de se comprometer com Jesus. A cena foi incrível, lá de cima, eu vi uma “onda” de pessoas indo a frente, não dava para discernir quem eram as pessoas, porque haviam formado um grande grupo com mais de 200 pessoas. Ainda mais que para chegar no púlpito, havia alguns degraus. Pessoas vindo de todos os lados da igreja, subindo aqueles degraus, a onda acabou por tomar forma e movimento. Foi algo incrível de se ver. Eu vi uma “onda” de fé.


Para mim, a partir daquele dia, a “onda” era a multidão que seguia a Jesus. Quando Jesus curou um leproso (Marcos 1:45), a Bíblia nos diz que: “ Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda a parte vinham ter com ele”, era o próprio ex-leproso que dava a notícia e mostrava o resultado da sua fé em sua pele. Então, a grande onda seguia Jesus em todos os lugares, e o mais incrível, Jesus conhecia o nome de cada pessoa, o motivo real delas estarem ali, Ele diferenciava fé de curiosidade, mas para Jesus, todas as pessoas eram importantes, todos eram dignos de sua companhia.


Ao contrário de mim, que naquele dia consegui ver somente uma grande massa de pessoas, Jesus olhava para trás e via Pedro, João, Mateus, Maria, o choro da mulher, a tristeza daquele homem cabisbaixo, a amargura do coração daquela adolescente, o coração desprendido daquele menininho que segurava um cesto de lanche com pães e peixinhos. “Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome” Salmo 147:4. Realmente, quando Ele estava naquela cruz, ele pensou em mim e em você.


Na multidão sempre há histórias, algumas delas fascinantes e a Bíblia nos dá o registro delas. São pessoas da multidão, sem concurso cultural, sem internet, sem currículo premiado elas entraram no registro da Palavra de Deus, suas histórias aconteceram há mais de dois mil anos e hoje eu posso ler cada uma elas... essas pessoas tinham algo precioso que deixa o coração de Deus muito alegre: a fé.


Quando a filha de Jairo morreu (Marcos 5:35-43), ele tinha fé genuína que o único que tinha poder sobre a morte era Jesus. Provavelmente, ele saiu correndo atrás de Jesus, porque Ele tinha a cura, Ele era a própria vida.


Imagino o olhar de Jairo ao encontrar Jesus, um misto de alívio e desespero, era uma corrida contra um tempo que já tinha passado, ele precisava de um milagre. Mas algumas pessoas lhe disseram: “Tua filha já morreu; por que ainda incomoda o Mestre?”(v.35). Todos conhecemos pessoas assim, nós mesmos já agimos assim muitas vezes, é quando nosso lado carnal grita dizendo: Veja com seus próprios olhos! Não tem jeito! Você está louco! É assim que acabou!. Mas o que me intriga é o registro do outro versículo: “Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente”(v.36).


Jesus não deu atenção para o que aquelas pessoas estavam falando, seu foco estava na fé de Jairo. Penso que Jairo poderia ter dado atenção para os comentários daquelas pessoas, mas em sua mente devia estar passando um filme, pois sua filha tinha 12 anos.


Lembrou-se do dia em que ela nasceu, da festa, de quando começou a falar, a andar, dos planos que ele e sua esposa tinham para ela, quem sabe um dia teria netos? Mas agora ela estava morta. Com Jesus ao seu lado, ele teve sua esperança renovada. Ainda tinha jeito para situação que aos olhos humanos não tinha. Jairo se recusava a ver com os olhos humanos, ele queria ver mais longe, pois “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veêm”. (Hebreus 11:1). Ele tinha a certeza, ele conhecia a Jesus.


O final da história já conhecemos, ela reviveu. Jesus colocou uma vírgula na história da menina, embora alguns insistissem que seria um ponto final. Definitivamente, eu prefiro a gramática de Jesus.


Podemos conversar mais sobre fé? Então, vamos incluir nessa conversa uma mulher, sim, uma mulher na multidão. Quem se importaria com uma mulher na multidão? “Grande multidão o seguia, comprimindo-o” (Marcos 5:25). Você já se sentiu apertado pela multidão? Se ainda não conseguiu fazer a imagem mental, vou lhe dar um exemplo. Experimente ir a um supermercado na véspera de Natal para comprar um peru para sua ceia, se ainda não teve essa experiência, uma sugestão para seu próximo 24 de Dezembro. Isso é multidão “comprimindo” a sua pessoa.


E aquela mulher estava lá na multidão que seguia a Jesus, perseverando, mesmo tendo alguns pisões no seu pé, faltando ar, com o vestido empoeirado, ela continuava lá, pois estava determinada. Estava com um agravante, ela estava doente há 12 anos, sofrendo em silêncio de uma hemorragia. Mas quando ela soube que Jesus passaria por ali, não se importou em sair de sua reclusão social, depois de sofrer nas mãos de vários médicos (Marcos 5:26), “tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior” ela tinha uma chance batendo à sua porta, estava desesperada para atender, finalmente uma notícia boa em 12 anos de doença e isolamento: Jesus está aqui.


Imagino quando ela soube da notícia, era hora de sair imediatamente. Fechando as portas e janelas de sua casa, cambaleando pelas escadas, as vizinhas perguntando o motivo de tanta pressa, “Não tenho tempo, eu preciso vê-lo, Ele está aqui”, ela estava abrindo espaço na multidão usando a última força que lhe restava. Ela tinha fé e deu o primeiro passo.


Na sua via dolorosa, em meio a correria, enquanto lutava para ter um espaço na multidão, mesmo com a mente fervilhando de ideias “Como eu chego lá?,o que eu faço?,onde está Jesus? Não consigo enxergar onde está; por favor, não me empurre!”, ela conseguiu bolar um plano “Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada”(v.28).


Após anos de isolamento, de frustração, essa parecia a única saída. Não sentiu que precisa ser apresentada a Jesus, ou conhecer algum discípulo que pudesse adiantar as coisas. “Só com um toque, nem precisa ser o braço, só encostar na roupa mesmo, vai dar certo, não me importa o que pensem, eu quero ficar curada, não aguento mais viver assim”.


Naquele momento cheio de adrenalina, de coração acelerado, Jesus estava ali. Num ato desesperado, ela se jogou e conseguiu tocar suas vestes, no mesmo instante “se lhe estancou a hemorragia e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo” (v.29). Depois de 12 anos, sentiu-se viva novamente, aquela sensação percorria todo o seu corpo, o cansaço, as dores foram embora, era um milagre. Mas só ela e Jesus, em meio a multidão, sabiam do que havia acabado de acontecer, foi um momento singular, um encontro com o poder de Jesus. Faz quanto tempo que você não sente isso?


Em questão de momentos, Jesus interrompe a caminhada. Simplesmente, abandona o ritmo da multidão e fica parado. Todos se olham surpresos com o movimento inesperado. Jesus olha para trás e diz “Quem me tocou nas vestes?”, “Como assim?”, replicavam os discípulos “Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou?”.


Eles não entenderam que Jesus não estava reclamando de um empurrão provocado pela multidão, foi um toque diferente, foi um toque de uma pessoa com fé. É esse toque que precisamos ter ao orar, não simplesmente empurrar nossos pedidos para Jesus, é preciso tocar com fé.


Jesus continuava olhando para trás, pois essa mulher passou muito tempo se escondendo das pessoas, já estava na hora de assumir sua posição perante as pessoas. Era momento de ela voltar a pertencer a um grupo. Jesus poderia muito bem ter continuado sua caminhada, mas Ele sabia que aquela mulher precisa de um minuto de atenção, era preciso parar e olhar nos olhos dela. Quanta sensibilidade! Atualmente, nos vemos passando por cima das necessidades dos outros, mas Jesus parou suas atividades para olhar nos olhos de uma mulher no meio da multidão. Quem se importaria com uma mulher na multidão?


Era chegado o momento, por 12 anos ela fugiu da exposição, escondeu-se em sua casa, andava cabisbaixa e pelos cantos, com medo de ser notada e apontada na rua por sua doença, agora era o momento de ter uma nova vida e assumir quem ela era de verdade.


“Então, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade” (v.33). Novamente, o filme passou em sua cabeça, o olhar dos médicos para uma mulher com hemorragia, talvez sua família diminuindo o contato com ela, agora todos estavam olhando, ela era o centro das atenções.


Jesus, que homem incrível! Ele leu nas expressões marcadas daquela mulher a dor, em suas mãos trêmulas a insegurança e em seus olhos um brilho de fé. E lhe disse” Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal”(v.34). Ela não escutou: mulher o que você fez? Mas, em doze anos, ela escutou em uma frase só as palavras Filha, paz e liberdade. Foi um toque de fé.


É sobre essa fé que eu quero pensar...





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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Histórias para seguir em frente: auto-comiseração

Olá!
Estudar é algo que está no meu ser, sou curiosa sobre as coisas desse mundão.. tem tanta coisa intessante acontecendo, tantas pesquisas, a criatividade humana é incrível.

Porém,estudar precisa de paixão, de coração aberto, de mente aberta, para isso vou inaugurar um novo espaço no pesquisando blog, um espaço chamado "Histórias para seguir em frente", são pensamentos que nos motivam a continuar com o coração aberto.

espero que gostem! Porque fazer isso me dá mais motivação para escrever... boa navegação!!

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Histórias para seguir em frente:
2011 e a auto-comiseração





por Priscila Soares Vidal Festa

Geralmente no começo de ano fazemos nossa avaliação do ano passado. Essa é uma passagem importante e marca um tempo para reflexão.


Algo que me marcou muito, e hoje posso refletir nisso, é sobre como estar na auto-comiseração é fácil nos dias de hoje. No dicionário Luft, comiseração significa “pena, piedade, compaixão”, portanto, auto-comiseração é quando se sente que o mundo inteiro está conta você, que você não merecia isso. Claro que algumas coisas que acontecem são injustas, porque o mundo é injusto, mas vejamos na Bíblia um exemplo disso. Realmente, muitas vezes temos o dom de complicar o que Deus explica de forma simples. Bem vindo a sua humanidade!


Em I Reis 18 vemos a história do profeta Elias. Um homem surpreendente, que escuta a voz de Deus e faz coisas maravilhosas por meio do poder Dele. Exemplos? Temos muitos: Orou para não chover, e isso aconteceu , depois orou para chover “ e os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grade chuva” (I Reis 18:45); foi a casa de uma viúva e cumpriu o que Deus lhe disse: “vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida” (17:9), e mesmo contrariando o óbvio e palpável (pois a viúva não tinha comida suficiente), houve comida naquela casa como Deus havia dito, e ele teve fé que assim seria; e o mais incrível, hollywoodiano eu diria, Elias e os profetas de Baal, 450 homens contra um, e o fogo do céu caiu na frente de todos. Se Deus disse para Elias, ele levava sua fé até as últimas consequências, parecia óbvio, ser do time de Deus, sendo que Deus é o capitão? Quem teria medo?


E nos esquecemos disso diariamente... assumimos a dianteira, esquecemos de quem está no comando e o que acontece? Medo, choro, revolta, tristeza. Queremos o lugar de senhores, queremos cuidar da nossa vida como crianças birrentas, mas a vida está em obedecer a Deus, deixe nas mãos do capitão, apenas faça parte do time!


Por um momento, depois do gol de placa, Elias olha para torcida e esquece de interpretar o olhar de aprovação de seu capitão. E a torcida diz o contrário, entre eles, está Jezabel, odiosa, rancorosa, querendo a cabeça de Elias. Eis o espaço aberto para a auto-comiseração. A Bíblia diz que, ao receber a notícia de que Jezabel queria o matar, ele “ temendo, levantou-se e para salvar sua vida, se foi” (19:3). Esqueceu do capitão, esqueceu da equipe e se tornou a “Eu”quipe. “Ele mesmo, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta, toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais, deitou-se e dormiu debaixo do zimbro...” (19:4,5).


Você já se sentiu assim? Tudo dá certo, mas uma coisa te amedronta, e você corre para o deserto, fica um dia inteiro remoendo isso no coração, deixa suas esperanças no caminho, quer voltar para sua cama, colocar o cobertor na cabeça e não sair mais dali nunca mais. Ou seja, você voltou para o banco de reserva por vontade própria, e chora por isso. O capitão não te tirou do jogo, mas você mesmo fez isso. Deitar e dormir, que ilusório, como se os problemas fossem te perder de vista, não esqueça que ainda está usando a camisa 10, mesmo debaixo dos cobertores, ainda faz parte do time.


Auto-comiseração, Elias estava passando por isso por uma distração, e quantas vezes passou por isso no ano passado? Eu? Muitas vezes. Ao ponto de um anjo cuidar de Elias, levar comida e água e ele apenas “ comeu, bebeu e tornou a dormir” (19:6). Como Deus é gentil, Ele poderia ter tachado Elias como desertor, mas esteve cuidando dele, mesmo no deserto havia “um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água” (19:6). Quer uma coisa mais reconfortante que comer pão feito na hora? Lembre do cheiro, você se sente abraçado, talvez isso tenha liberado algumas memórias de Elias, talvez da infância. O que tem sabor de infância para você? Para mim, chocolate quente me lembra minha mãe, que naquelas tardes de inverno fazia aquela caneca quente de chocolate fumegante. Como Deus é gentil!


Mas a história ainda não acabou! Elias encheu a barriga, foi reconfortado, tirou uma soneca... parece feriado não? E pela segunda vez, o anjo-despertador o acordou: “ Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo” (19:7), e lá foi ele, 40 dias andando até o monte Horebe. E a pergunta de Deus: O que fazes aqui, Elias? Deus me perguntou isso cada vez que eu fugia para o cobertor, o que fazes aqui? Está no lugar errado. A auto-comiseração não nos traz coisas boas, apenas martírio, e o que fazes aqui? É a pergunta que não quer calar.


“Eu fiquei só, e procuraram tirar-me a vida”, disse Elias. “Que fazes aqui?”, novamente a pergunta de Deus, “Eu fiquei só”... “ Levanta-te e vai para o deserto de Damasco e lá unge a Hazael como rei sobre a Síria, a Jeú como rei de Israel e Eliseu como profeta em teu lugar” (19:16).


Havia muito trabalho para fazer, que iria abençoar a vida de outras pessoas, não havia tempo para ficar debaixo da árvore (ou debaixo do cobertor), o jogo precisava continuar! Elias compreendeu isso... cada um de nós tem uma função na equipe de Deus, o jogo não pode parar!


Mas e quando você responde como Elias – EU FIQUEI SÓ-? Deus respondeu essa pergunta de uma forma confortadora: “ Também conservei em Israel sete mil todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (19:18). Elias olhou para o lado errado da torcida, haviam 7 mil pessoas que estavam torcendo por ele, seguindo seu exemplo, mas preferiu olhar para os punhos cerrados e olhar vingativo de Jezabel.


Quando sentir-se sozinho na multidão, alguma coisa está errada, pois o próprio Jesus nos disse : Estarei convosco até a consumação dos séculos. Você pode dizer: Mas e as coisas ruins que acontecem comigo? Calma, ainda tem 7 mil na sua equipe, passando por coisas semelhantes como você.. então o capitão te fala: Tende bom ânimo, eu venci o mundo!





quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O peregrino= tema de 2011

O peregrino – Sally Poubel

Sou somente um peregrino neste mundo
Pés descalços nessa areia que me cerca
Caminhando sobre os passos que nunca pisei
Desejando os mesmos sonhos desse Deus que me cerca
Mesmo que eu não possa ver a sua mão guiando meus caminhos
E me ampara sempre que eu não sei dizer o que virá nos dias que me seguem
Aprendi que o meu tesouro não se guarda
Onde a traça e a ferrugem os corroem
Guardarei meu coração das obras mortas
Esperando atentamente pelo Deus
Mesmo que eu não possa ver a sua mão guiando meus caminhos
E me ampara sempre que eu não sei dizer o que virá nos dias que me segue
Mesmo que o mal me perseguia
Que até a morte me leve
Eu sei que posso descansar
Pois o amor já me alcançou



Feliz 2011! Tudo de melhor para todos nós!