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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O VENTO E O RELÓGIO

Por Priscila Vidal Festa


O vento e o relógio

Mal começa o ano, e nossa lista de afazeres já está completa e cheia. Isso é bom, pois nos mostra o quão produtivos estamos sendo e que se estamos atarefados, esse é um produto do que conquistamos até hoje. 
Porém um outro lado se levanta e precisamos estar atentos para isso. Pergunto a você... já correu atrás do vento? Fiz isso ontem, e confesso que não foi agradável. Bom, sou professora. Dedico minha vida para ensinar, esse é um talento que Deus me deu e para mim, saber que estou fazendo aquilo que Ele tem proposto para minha vida é muito gratificante. Por mais cansada que eu me sinta, ao entrar em uma sala de aula me sinto realizada. É algo que faço com alegria.

Mas, quem é professor, sabe que isso requer planejamento. E muito planejamento!Planos de aula, ementas de trabalho, seleção de conteúdos, leitura de livros, realização de material didático e por aí vai. O ensino em sala de aula é o resultado de um longo processo anterior à presença do professor e alunos. Nesse momento, minha lista entra em cena. Ontem estava com uma lista gigantesca. Acordei determinada a dar um fim nela, a cumprir todos os itens para passar um final de semana tranquilo, na verdade, me coloquei de castigo: “Ou você termina tudo hoje, ou não tem final de semana”. Já ouviu essa voz? Então, convencida a não ficar de castigo, comecei a trabalhar. Faz uma coisa, faz outra, lembra de outra coisa a fazer, refaz uma outra, fica preocupada com aquilo que ainda não fez... conclusão, fiquei mais de 6 horas trabalhando e quando estava exausta demais, tive o sentimento de não ter feito nada! Que coisa horrível.

Ao olhar no relógio, pude perceber que muitas horas haviam passado, mas ao contemplar minha lista, parecia que eu não tinha saído do lugar. Foi bem decepcionante. Perdi um dia inteiro de sábado ensolarado trabalhando em questões que não pude ver resultado pleno. Frustrada, resolvi convidar meu marido para passearmos no que restou do dia, mas ainda sim minha cabeça estava na minha lista que não fui capaz de cumprir. Então, fomos ao culto dos jovens. Eu sentia que precisava de um tempo fora da minha lista, eu queria estar com o pensamento em outro lugar.

O culto foi uma benção. Aquele foi o momento em que eu realmente parei, consegui colocar minha alma no travesseiro, foi o momento de Deus começar a falar comigo naquele dia. Muitas vezes, não gostamos de ser disciplinados por pessoas, mas ser disciplinado por Deus tem um sabor especial. A Bíblia diz que Deus disciplina a quem Ele ama:” Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”. Provérbios 3:12. Deus sabia o que estava no meu coração, mas eu estava correndo demais para dar um tempo na lista e ouvir o que Ele tinha para mim. Eu poderia ter voltado do passeio e persistido na busca dos itens da lista, mas eu sentia que algo não estava no lugar, como eu já havia estado nessa situação diversas vezes, reconheci que era momento de parar e voltar minha atenção para Deus.

Finalmente, pude compreender o que estava errado. Vou deixar o versículo na qual Deus conversou comigo e você irá compreender rapidamente: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”. Eclesiastes 2:11.

Eu estava cansada, porque fiz uma maratona para conseguir alcançar o vento. Estava frustrada, porque eu dediquei o meu tempo para correr sem sair do lugar. Parece tão bobo isso, mas fazemos isso muitas vezes em nossas vidas. Não busquei o Reino de Deus, eu queria acrescentar as coisas por mim mesma. Não deu certo! Em um momento do culto, a dirigente nos levou a pensar sobre o que poderíamos dar de importante em nossa vida para Deus. Então, percebi que o meu tempo é algo precioso, pois preciso dele para trabalhar, estudar e escrever. Era isso que precisava entregar para Ele como oferta: o meu tempo.

O que você tem de precioso para entregar para Deus?

Mas, Deus não deixou que o meu dia inteiro fosse perdido: Ele falou comigo, me mostrou o que estava errado, como consertar isso, me deu oportunidades de orar com um casal no apelo, conversar com os surdos da igreja e dar atenção para eles, encontrar uma amiga, compartilhar o que Deus tinha feito em minha vida com uma amiga que estava passando por dificuldades, mandar mensagem para uma amiga que está com o filho recém nascido na UTI, orar por eles, sair com os velhos amigos, dar atenção para as novidades de outra amiga que está com um novo trabalho assim como ouvir seus planos para o futuro, conhecer uma nova amiga e ajudá-la a se integrar em um novo ministério. Tudo isso em 3 horas.

Deus me ama tanto, que levou em consideração o momento que eu entreguei para Ele, mesmo sendo pouco aos olhos humanos, Ele me deu outras oportunidades de não perder totalmente o meu dia. Então, a história do jovem rico teve um outro sentido para mim. A Bíblia diz que um jovem perguntou para Jesus o que ele poderia fazer de bom para alcançar a vida eterna. Jesus diz que ele precisava cumprir os mandamentos, mas o jovem já fazia isso. Ele cumpria a lei, mas faltava “entrar na vida” como Jesus havia dito (Mt 19:16). O jovem estava interessado em saber, pois ainda perguntou a Jesus o que ele poderia fazer mais, então Ele responde: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”, resultado? “ Tendo, porém o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades”. (Mt 19:22).

Jesus sabia o tesouro do jovem, sabia o que seu coração desejava, o que era importante para ele. Mas o jovem não quis deixar suas prioridades de lado para segui-lo. Ele poderia ter ficado feliz por ter tantas posses, mas a passagem diz que ele saiu triste de lá, por ter muitas propriedades. O mundo ensina que quanto mais você tem, mas feliz você é. Mas a tristeza veio por ter posses. Acredito que aquelejovem, depois dessa conversa com Jesus, não olhou suas propriedades da mesma forma. A sua fazenda não parecia mais tão maravilhosa, nem o seu gado, nem suas casas, nem o seu dinheiro. Ele estavatriste, pois não conseguiu deixar suas prioridades nas mãos de Jesus.

Depois do que aconteceu comigo, entendi que minha prioridade é o meu tempo. Eu não deixei meu tempo nas mãos de Jesus e fiquei triste, mas ao perceber meu erro, coloquei nas mãos Dele, e o meu tempo rendeu de forma milagrosa.

O que você tem de precioso? Que tal experimentar deixar nas mãos de Jesus?

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